OS CAMPEONATOS distritais podem estar em risco. O problema não se prende com falta de dinheiro nem de jogadores... mas sim de árbitros. Os juízes estão em vias de extinção no distrito e a "verdade desportiva" está em risco. Durante uma conferência de arbitragem, na passada sexta-feira, ficou a saber-se que podem estar em risco a realização de alguns jogos. "Falta de candidatos" ou "prémios de jogo insuficientes" foram as razões apontadas por Jorge Lemos, vice-presidente da Associação de Futebol de Coimbra (AFC) durante um colóquio organizado pelo Núcleo de Árbitros de Futebol Marques Bom. O dirigente alertou ainda para o facto de poderem haver jogos que não se realizem "à semelhança do ano passado, por não haverem árbitros para os dirigir, sobretudo nas camadas mais jovens e no futsal". O presidente do Conselho de Arbitragem da AFC, Apolino Pereira, adianta que "houve um conjunto de árbitros que abandonaram a actividade, mas não têm surgido novos candidatos". A AFC tem criado cursos todos os anos, mas os candidatos não surgem. "Os preços praticados, que por vezes chegam a ser de oito ou nove euros, dependendo dos escalões", e "a actuação da associação, que paga com largos meses de atraso, embora este ano haja a promessa de que o mesmo não se repetirá", são alguns dos motivos apontados por Apolino Pereira. Os jogos de seniores estão garantidos, mas "os encontros de jovens e futsal são os mais prejudicados" e podem mesmo não ter árbitros disponíveis. Apolino Pereira recorda que "o regulamento diz que quando não há árbitros, podem ser elementos das equipas, até mesmo os capitães de equipa, a arbitrar. Contudo, para que não se prejudique a verdade desportiva é bom que isto se resolva". Culpados podem ser os próprios clubes. Apolino Pereira recorda que "os clubes são obrigados a apresentar um número de candidatos a árbitros no início da época, mas a própria federação não tem tomado medidas quanto a isso, por isso eles não se podem queixar". O Conselho de Arbitragem da AFC vai abrir cursos no inicio do próximo mês e o dirigente lança um apelo: "quem goste de futebol inscreva-se, porque nós vamos fazer os cursos a qualquer concelho".

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Noticia de Bruno Gonçalves in DIÁRIO AS BEIRAS (ed. supl. desporto, 20.10.08)

Nova experiência com opiniões positivas

O Presidente da UEFA, Michel Platini, e o Secretário-Geral, David Taylor, mostraram-se entusiasmados com a comunicação dos árbitros em relação à experiência dos cinco árbitros em campo, que prosseguiu este fim-de-semana nos jogos do Grupo 5 do mini-torneio de qualificação para o Campeonato da Europa de Sub-19, na Eslovénia.

Conversas entre árbitros

Platini teve oportunidade de seguir a conversa entre o árbitro italiano Andrea De Marco e os seus quatro árbitros assistentes durante o encontro entre a Eslovénia e a Eslováquia, sendo que David Taylor fez o mesmo com o árbitro irlandês David McKeon e os seus quatro assistentes, que dirigiram a partida entre a Arménia e a Noruega.

Opiniões positivas

As opiniões em relação à experiência continuam a ser positivas. Para além do árbitro principal e dos habituais dois árbitros auxiliares nas linhas laterais, foram colocados dois árbitros atrás da linha final, de forma a poderem observar especialmente os lances ocorridos dentro das grande áreas, como faltas ou atitudes impróprias. Estas experiências levadas a cabo na Eslovénia vêm no seguimento da aprovação do International Football Association Board (IFAB), órgão que rege as leis do jogo, na última Primavera.

Experiência valiosa

David Taylor considerou a experiência como bastante valiosa e teve oportunidade de observar situações de jogo onde se verificaram os benefícios da presença dos árbitros auxiliares adicionais. "É muito importante assistir a esta experiência na primeira pessoa e fiz questão de estar o mais próximo possível, na bancada por trás de uma das balizas", referiu. "O que observei nesta experiência foi bastante interessante e valioso".

Posicionamento confere vantagens

"A maior vantagem é o posicionamento dos novos árbitros auxiliares", acrescentou o Secretário-Geral da UEFA. "Por exemplo, na primeira parte vimos um lance em que o guarda-redes mergulhou para tirar a bola dos pés de um avançado. Será que foi grande penalidade? Vendo por trás da baliza ficou evidente que não era. Estas decisões importantes requerem uma boa observação do lance e foi precisamente isso que verifiquei".

Mais testes

Os árbitros - que já se haviam mostrado impressionados com a experiência da primeira jornada do torneio - puderam afinar a sua comunicação e cooperação. Dividiram, com sucesso, os seus deveres de forma eficiente, em especial no que toca à prioridade das conversas quando se verifica algum incidente de jogo. Estão planeados mais testes para o final do ano, na ronda de qualificação do Europeu de Sub-19, nos Grupos 1 e 7, na Hungria e no Chipre.

Experiência positiva para a arbitragem

As reacções iniciais à experiência com mais dois árbitros assistentes, que está a decorrer no mini-torneio de qualificação para o Campeonato da Europa de Sub-19, na Eslovénia, foram extremamente positivas.

Platini presente

O Grupo 5 do mini-torneio engloba a anfitriã Eslovénia e ainda a Noruega, a Eslováquia e a Arménia. O torneio teve início na sexta-feira e decorre até quarta-feira, sendo que o Presidente da UEFA, Michel Platini, esteve presente para assistir à experiência. Para além do árbitro principal e dos dois árbitros assistentes, são incluídos mais dois árbitros assistentes, situados atrás da linha de golo para estarem atentos aos lances na grande área, tais como faltas ou conduta violenta.

Reacções dos árbitros

Platini ouviu as primeiras reacções àexperiência, que vem no seguimento da aprovação do teste pelo International Football Association Board (IFAB), que rege as leis do jogo, na última Primavera. Os árbitros Nicola Rizzoli (Itália), que dirigiu o encontro Noruega-Eslovénia, e Mark Courtney (Irlanda do Norte), que esteve na partida Eslováquia-Arménia, tiveram a oportunidade de partilhar as suas experiências com o Presidente da UEFA.

Discussão alargada

O responsável pela arbitragem da UEFA, Yvan Cornu, esteve presente na reunião, juntamente com os representantes da arbitragem da FIFA, Leslie Irvine e Fernando Tresaco, bem como os homólogos da UEFA, Marc Batta e Hugh Dallas, e ainda os delegados do IFAB, Donald McVicar e Neale Barry.

Cada árbitro ou árbitro assistente do mini-torneio que decorre na Eslovénia também estiveram presentes na reunião, enquanto o director das federações nacionais da UEFA, Theodore Theodoridis, e o secretário-geral da Federação de Futebol da Eslovénia, Dane Jost, estiveram presentes na qualidade de observadores.

Um árbitro mais atento

"O objectivo é ter um árbitro mais atento", disse Platini. "Não queremos alterar a filosofia do jogo; não queremos ter dois ou três árbitros".

Agradável surpresa

Os árbitros e os seus assistentes afirmaram que ficaram agradavelmente surpreendidos. O árbitro tem pleno controlo do que se passa no terreno de jogo, mas tem mais olhos concentrados na grande área, o que pode ser um elemento dissuasor para os jogadores que tentam simular faltas. Fica a sensação de que se tem uma visão abrangente e clara de possíveis "áreas cegas" e todos os árbitros referiram que se sentiram mais confiantes. Por último, mas não menos importante, os assistentes adicionais podem prestar mais atenção aos foras-de-jogo.

Boa sensação

"Foi uma experiência muito boa neste tipo de torneios [com jovens jogadores]", disse Rizzoli. "Fiquei com uma sensação muito agradável, que deriva do facto de eu ter total controlo sobre o que se passa em cada metade do campo. Tínhamos três pessoas a observar a grande área, o que é muito importante".

Experiência interessante

"É uma experiência muito interessante", acrescentou Courtney. "O mais importante para os árbitros é tomarem sempre a decisão correcta. Com este sistema, podemos receber rapidamente informação extra por parte dos assistentes adicionais, que podemos considerar como parte do difícil processo de tomar a decisão final".

Mais experiências previstas

Melhorias e testes futuros vão ser obviamente necessários, estando prevista a realização de mais experiências para o final deste ano, também na fase de qualificação de Sub-19, nos Grupos 1 e 7, na Hungria e no Chipre.

Fotos e texto in: www.uefa.com